Pois é, meu filhinho fez 6 anos hoje! Quase não consigo acreditar, lembro de tantos momentos, tantos detalhes... Eu gostaria de estar aqui postando fotos e mais fotos de um dia bem festivo, mas não foi o caso.
Eu vim pra São Paulo há uma semana pra realizar um trabalhinho temporário de férias, e vim com a família toda! Mas o Rafa, que tem uma paixão especial pelo primo Mat, quis ficar uns dias por lá, em vez de ficar na minha sogra comigo. Então hoje, dia do aniversário dele, lá estava ele, na casa do meu tio.
Eu trabalhei o dia todo, pensando nele sem parar, querendo sair voando do trabalho pra ver esse pequenininho. Como meu namorado já desenvolveu o dom de me adivinhar, ele fez toda uma mudança logística no que era nosso plano inicial pra hoje e me surpreendeu na porta do trabalho, pronto pra irmos mais cedo ver meu Pequeno Príncipe.
Chegando lá percebi, pela primeira vez em 6 anos, que essa data é mais importante pra mim que pra ele (mas os presentes, não, claro!), ao menos por enquanto. Quando o aniversário do Rafa vai chegando, todo ano, eu vou ficando sensível e emocionada, fazendo uma retrospectiva gigante, lembrando de momentos inesquecíveis desde a gravidez. Em suma, eu me emociono com esse presente maravilhoso que Deus me deu e fico muito feliz por tê-lo e por tudo o que ele vem mostrando ser, tão menos eu e tão mais cheio de personalidade.
Eu cheguei nesse clima, querendo que ele ainda coubesse no meu colo e que quisesse ficar ali mais de dez segundos. Não aconteceu. O Rafa estava preocupado porque, depois de cinco dias na casa desse primo, ele estava ainda insatisfeito e, por isso, começou a reclamar de ir embora na hora mesma em que eu cheguei.
Eu fiz com que distraísse do assunto, mas a hora passou e o assunto voltou. Esse moleque chorou tanto, mas tanto, que toda a minha emoção e sensibilidade foram embora fugidas e eu comecei a querer ir embora sem ele mesmo! Me senti muito mal com tudo. Com ele não querer vir comigo, com eu não saber lidar com isso, com o choro alto e chato pra caramba, com as pessoas em volta fingindo que nada estava acontecendo (porque é, de fato, o melhor a se fazer). Enfim, nós brigamos, no dia do aniversário dele, pela primeira e, Deus permita, última vez! Foi horrível pra mim, viemos os dois embora chorando, eu sem querer ouvir a voz (muito menos o choro) dele.
Depois de uns minutos chorando em silêncio no carro, me recuperei, tentei entender sozinha o que tanto me chateava, afinal, foi o aniversário DELE que ELE estragou, não o meu, né? Puxei papo, ele topou e pediu desculpas por me fazer chorar. Eu tentei explicar tudo o que ele é especial pra mim e, portanto, o quanto esse dia é especial pra mim. É claro que ele não entendeu, porque ele é criança! Mas ele fez uma declaração de amor de filho, me deu o abraço mais especial, o beijo mais especial e, depois que ele foi dormir, eu chorei mais um pouquinho (só pra ver se gasta essa lagrimeira toda de uma vez só) e fiquei emocionada, feliz e grata de novo :)
"D'hoje a um ano"