Essa mistura de opinião e pressão social é muito chata e muito mascarada. Quem não é mãe não sabe e ponto. Tudo o que se sente quando o filho nasce (não, a gestação não é o suficiente) traz pensamentos e sentimentos que nunca tinham aparecido por aqui antes. Não é uma questão de se adequar ao que a sociedade acha ou espera que uma mãe faça. Isso acontece, claro, um monte de vezes em um monte de situações. Mas não é o que (des)norteia as escolhas de uma mãe.
Além disso, existe essa conversa de que pai tem menos trabalho porque a sociedade permite que seja assim, mas, de verdade, quem permite é a esposa. E, de novo, se ela permite porque a sociedade a criou assim, numa boa, mude!
Eu não vou fingir que não tem situações bem mais complicadas de resolver que esse "mude", tem, sim, mas costumam ir além da simples escolha de ser mãe ou não. Podem envolver violência, classe social, faces pioradas do machismo e tal. E não é disso que estou falando. Estou falando de jovens mulheres de classe social minimamente privilegiada que se preocupam em meter o nariz em tudo o que não sabem porque "a sociedade blá blá blá".
Enfim, um pouco incomodada em parecer que temos que justificar porque escolhemos não trabalhar ou porque escolhemos trabalhar e deixar nossos filhos numa creche, "terceirizando a educação", deixo meu FELIZ DIA DAS MÃES às mães que bancam sua escolha sem culpar a sociedade ou o marido que não ajuda (ops! Não pode falar "ajuda", é muito machista, né? Já foi!) ou as tias velhas que as convenceram de sei lá o que! Porque essas escolhas que fazemos são diárias, não são estáticas, pre-prontas ou emprestadas. Temos um zilhão de chances de rever e refazer essas escolhas porque seremos mães pro resto das nossas vidas. E isso é maravilhoso! Trocar de escolha e de emprego e de logística familiar não é não saber o que fazer, é rever uma escolha. E eu acho que tá todo mundo acertando, porque cada família ( na composição que tiver) sabe o que é melhor pra si. Aliás, as famílias sem filhos também sabem que isso é melhor pra elas, só não vale dizer que escolheram não ter filhos porque a sociedade exige muito ou muito pouco das mães.