06 março 2014

Revisitando

Escrevi esse post em março deste ano. Não postei. Não lembro o motivo. 

Hoje, 8 meses depois, ele me serve perfeitamente - mais interessante que isso: me serve de novo (não ainda). 

Eu não posso mais esquecer que, como diz o Bernardo, "quem manda nessa casa é a mamãe!" - Obrigada filho, por me tornar sempre mais potente, desde que veio se aninhar em mim. 

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Março 2014

Mesmas pessoas, mesma situação. 
Todos mudamos. 
O tempo fez com que todo mundo fosse diferente, agisse diferentemente, tentasse de outro jeito. 
Todos, menos um. 
Está sendo interessante revisitar-me, ainda mais me vendo tão, tão melhor. 
Melhor preparada, mais acolhedora, menos sem chão.
Às vezes, parece que o chão está querendo me deixar na mão, mas eu acelero o passo e me movo mais rápido que ele. 
Outras vezes parece que eu não vou aguentar, não vou dormir e, se dormir, não vou acordar. Mas eu lembro que essa é a outra Daniela, não eu, 2014! 
Silenciosamente, muitos me ajudam, poucos sabem. 
Deus abençoe cada um dos meus amigos!


12 maio 2013

Dia das Mães

Ai, como me cansa ter que ouvir de pessoas que não são mães a avaliação que elas fazem desta data e das escolhas que fazemos depois que temos filhos. 

Essa mistura de opinião e pressão social é muito chata e muito mascarada. Quem não é mãe não sabe e ponto. Tudo o que se sente quando o filho nasce (não, a gestação não é o suficiente) traz pensamentos e sentimentos que nunca tinham aparecido por aqui antes. Não é uma questão de se adequar ao que a sociedade acha ou espera que uma mãe faça. Isso acontece, claro, um monte de vezes em um monte de situações. Mas não é o que (des)norteia as escolhas de uma mãe.

Além disso, existe essa conversa de que pai tem menos trabalho porque a sociedade permite que seja assim, mas, de verdade, quem permite é a esposa. E, de novo, se ela permite porque a sociedade a criou assim, numa boa, mude! 

Eu não vou fingir que não tem situações bem mais complicadas de resolver que esse "mude", tem, sim, mas costumam ir além da simples escolha de ser mãe ou não. Podem envolver violência, classe social, faces pioradas do machismo e tal. E não é disso que estou falando. Estou falando de jovens mulheres de classe social minimamente privilegiada que se preocupam em meter o nariz em tudo o que não sabem porque "a sociedade  blá blá blá".

Enfim, um pouco incomodada em parecer que temos que justificar porque escolhemos não trabalhar ou porque escolhemos trabalhar e deixar nossos filhos numa creche, "terceirizando a educação", deixo meu FELIZ DIA DAS MÃES às mães que bancam sua escolha sem culpar a sociedade ou o marido que não ajuda (ops! Não pode falar "ajuda", é muito machista, né? Já foi!) ou as tias velhas que as convenceram de sei lá o que! Porque essas escolhas que fazemos são diárias, não são estáticas, pre-prontas ou emprestadas. Temos um zilhão de chances de rever e refazer essas escolhas porque seremos mães pro resto das nossas vidas. E isso é maravilhoso! Trocar de escolha e de emprego e de logística familiar não é não saber o que fazer, é rever uma escolha. E eu acho que tá todo mundo acertando, porque cada família ( na composição que tiver) sabe o que é melhor pra si. Aliás, as famílias sem filhos também sabem que isso é melhor pra elas, só não vale dizer que escolheram não ter filhos porque a sociedade exige muito ou muito pouco das mães. 


24 dezembro 2012

Às minhas amigas


Eu sou uma pessoa bem sortuda, que tem muitas e muito boas amigas de verdade, não de Facebook. E eu agradeço bastantão a Deus por essas meninas, porque eu sou uma amiga lousy, eu não sei a hora de ligar, de não ligar, de sumir, de oferecer meus ombros, de dar presente ou de não dar! Eu tenho mega dificuldade com manutenção de amizade e é por isso mesmo que sou tão grata: porque elas me amam mesmo assim! - embora quase todas já tenham confessado uma quase desistência de mim... rs

Eu falei com algumas delas nos últimos dias, fosse pelo meu casamento, por saudade, pelo Natal ou o que fosse. Meu peito apertou de saudade da maioria delas, que já não vejo há muito tempo, mas foi falar com uma delas, especificamente, que me encheu de vontade de escrever.

Essa minha amiga é uma boneca, linda, organizada, dedicada (a todos e a tudo - desconfio que ela seja a verdadeira Dona do Tempo) e dá vontade de dar um céu bem colorido de rosas e amarelos e laranjas com nuvens brancas e fofas pra ela no Natal. Eu, como já disse, não sei ser assim tão dedicada, mas é por me atrapalhar com tantas outras coisas que não deveriam estar no caminho, não por falta de querer.

E me deu uma vontade de dar um abraço mais apertado que o normal nessa menina e talvez, até, pegar ela no colo. Mas com a tarde já tão avançada pra uma visita, achei que cabia melhor ligar e trocar umas palavras. Só umas mesmo, que ela não é de falar muito, é de escutar horrores! Eu sempre insisto um pouquinho pra fazê-la falar, que é o que eu adoro, e ela tenta me satisfazer porque, como eu disse antes, é uma amiga primorosa.

E nessa de ela falar alguma coisa pra satisfazer minha aflição, ela me calou. E eu percebi que algumas tantas coisas não estão mesmo em tudo o que a gente fala (sim, eu demoro pra internalizar certas coisas). E que muito do que a gente fala pode ser jogado no lixo logo depois. Não por ser mentira, bobagem, não, não, mas porque não é de verdade o que fica. Essa menina que tem tudo na cabeça conseguiu ir além no seu capricho hoje: ela conseguiu me fazer ficar quieta e, ainda, pensar diferente - em vez de ver tudo com os meus próprios olhos, carregados de mim mesma. Eu não sei se foi ela psicóloga ou ela fotógrafa ou a mistura dela consigo mesma que fez isso, mas fez.  E eu fiquei feliz porque acho que isso é uma pequeníssima parte do segredo dela pra ser tão boa amiga assim, despindo-se de si própria pra enxergar o outro - e tantos outros que possam surgir numa conversa!

E eu fiquei tão feliz e tão grata por ter essa pessoa, que insistiu tanto pra estar mais perto de mim quando quem devia ter insistido era eu, que comecei a pensar em cada pequena coisa que me admira nas minhas outras amigas, tão queridas e tão atenciosas - cada uma à sua maneira, que fiquei com vontade de escrever e agradecer a elas e ao universo todo.

Eu desejo que todo mundo tenha um motivo, qualquer dia desses, pra encher o coração de calor, como aconteceu comigo. Não precisa ser Natal, não precisa fazer parte das resoluções de fim de ano ou ano novo, nada disso! Só precisa ser quentinho e dar vontade de sorrir =]

26 agosto 2012

Papel? Ofício.

Com os olhos ardendo, ela seguia, afinal, havia se dado um prazo para dar um fim àquilo tudo. As palavras, amigas íntimas de tempos idos, insistiam em dançar barulhentas na sua cabeça e embaralhar-se diante de seus olhos no papel pautado. Tão pouco era seu prazer em estar com elas, que repensava friamente sua escolha. Sortudos os que, aos dezoito anos de idade, escolhem bem o que farão da vida!

Entre pontos e vírgulas, seus pensamentos se perdiam; as palavras os tiravam pra dançar. Os rostos dos alunos não tinham nome, mas a pilha de textos, sim. Era difícil saber quem era a dona do caderno da Playboy. E era ainda mais difícil entender o porquê!

Piscava pesado, em busca de clareza ou descanso, talvez. Em sua mente, imagens. Sonhava por milésimos de segundos a cada piscada longa que dava tentando livrar-se da sensação de ardência. Via planilhas de notas e nomes sem rostos. Achava que aquilo tudo, na verdade, não tinha importância alguma.

Em algum papel com a borda rasgada, um recado: "Professora, adorei essa atividade. Obrigada por nos ensinar a pensar nessas coisas". As palavras pararam de dançar e organizaram-se em uma orquestra afinada.  Os papeis ganharam donos; os rostos, nomes; a correção, sentido; a professora, descanso.


13 janeiro 2011

Aniversário do Rafa

Pois é, meu filhinho fez 6 anos hoje! Quase não consigo acreditar, lembro de tantos momentos, tantos detalhes... Eu gostaria de estar aqui postando fotos e mais fotos de um dia bem festivo, mas não foi o caso.

Eu vim pra São Paulo há uma semana pra realizar um trabalhinho temporário de férias, e vim com a família toda! Mas o Rafa, que tem uma paixão especial pelo primo Mat, quis ficar uns dias por lá, em vez de ficar na minha sogra comigo. Então hoje, dia do aniversário dele, lá estava ele, na casa do meu tio.

Eu trabalhei o dia todo, pensando nele sem parar, querendo sair voando do trabalho pra ver esse pequenininho. Como meu namorado já desenvolveu o dom de me adivinhar, ele fez toda uma mudança logística no que era nosso plano inicial pra hoje e me surpreendeu na porta do trabalho, pronto pra irmos mais cedo ver meu Pequeno Príncipe.

Chegando lá percebi, pela primeira vez em 6 anos, que essa data é mais importante pra mim que pra ele (mas os presentes, não, claro!), ao menos por enquanto. Quando o aniversário do Rafa vai chegando, todo ano, eu vou ficando sensível e emocionada, fazendo uma retrospectiva gigante, lembrando de momentos inesquecíveis desde a gravidez. Em suma, eu me emociono com esse presente maravilhoso que Deus me deu e fico muito feliz por tê-lo e por tudo o que ele vem mostrando ser, tão menos eu e tão mais cheio de personalidade.

Eu cheguei nesse clima, querendo que ele ainda coubesse no meu colo e que quisesse ficar ali mais de dez segundos. Não aconteceu. O Rafa estava preocupado porque, depois de cinco dias na casa desse primo, ele estava ainda insatisfeito e, por isso, começou a reclamar de ir embora na hora mesma em que eu cheguei.

Eu fiz com que distraísse do assunto, mas a hora passou e o assunto voltou. Esse moleque chorou tanto, mas tanto, que toda a minha emoção e sensibilidade foram embora fugidas e eu comecei a querer ir embora sem ele mesmo! Me senti muito mal com tudo. Com ele não querer vir comigo, com eu não saber lidar com isso, com o choro alto e chato pra caramba, com as pessoas em volta fingindo que nada estava acontecendo (porque é, de fato, o melhor a se fazer). Enfim, nós brigamos, no dia do aniversário dele, pela primeira e, Deus permita, última vez! Foi horrível pra mim, viemos os dois embora chorando, eu sem querer ouvir a voz (muito menos o choro) dele.

Depois de uns minutos chorando em silêncio no carro, me recuperei, tentei entender sozinha o que tanto me chateava, afinal, foi o aniversário DELE que ELE estragou, não o meu, né? Puxei papo, ele topou e pediu desculpas por me fazer chorar. Eu tentei explicar tudo o que ele é especial pra mim e, portanto, o quanto esse dia é especial pra mim. É claro que ele não entendeu, porque ele é criança! Mas ele fez uma declaração de amor de filho, me deu o abraço mais especial, o beijo mais especial e, depois que ele foi dormir, eu chorei mais um pouquinho (só pra ver se gasta essa lagrimeira toda de uma vez só) e fiquei emocionada, feliz e grata de novo :)

"D'hoje a um ano"

08 janeiro 2011

Desses diálogos se preenchem meus dias :)

Faz uns dois ou três dias que tive essa conversa (?) com meu filho mais velho, que fará 6 anos na próxima quinta-feira. Estávamos entrando no carro depois de uma voltinha no shopping e uma compra de mês no mercado com uma sandália que se revoltou e, ao contrário do que se espera, passou a me fazer bolhas agora, depois de velha (talvez por chamá-la assim)!

eu: Que alívio! Melhor que xixi!
Rafa: Quem?
eu: Quem o quê?
Rafa: Fez xixi.
eu: Eu falei que alguém fez xixi?
Rafa: Eu não!

Quem ainda não entendia porque eu detesto quando tenho que trabalhar manhã, tarde e noite e consigo passar não mais de meia-hora do meu dia com esse lindo conseguiu entender agora?

Bom fim de semana ;)

02 agosto 2010

Agora sim!

Eu passei este final de semana acompanhando, dentro do possível (me dividindo como namorada, professora, dona de casa, mãe, filha, estudante e por aí vai), The Reform Symposium 2010, sobre educação, e meu cérebro quase explodiu de tanto pensar e ter ideias borbulhantes. Foi uma delícia! E eu conheci um montão de blogs de um montão de educadores maravilhosos e me deu vontade de ler e escrever sobre um montão de coisas :) Mas é claro que não nessa pressa de sair pra dar aula logo cedo, só não pude me conter de contar e dividir a alegria de saber que eu só precisava mudar o que escrevia pra encher de vontade de novo =D

Tenho certeza de que esta semana será muito frutífera pra mim, então, ÓTIMA semana pra vocês também ;)